A Ginástica Artística é uma modalidade complexa que exige um conjunto abrangente de movimentos dinâmicos/estáticos. Estes movimentos requerem o domínio total do corpo e o desenvolvimento de todas as capacidades relacionadas com a condição física (força, flexibilidade, resistência e velocidade) e a coordenação (orientação espacial, diferenciação cinestésica, reação, ritmo e equilíbrio). As competições oficiais de ginástica artística são regulamentadas pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) que estabelece as normas e os calendários para todos os eventos internacionais. Cabe igualmente à FIG a responsabilidade sobre o Código de Pontuação. A fixação dos calendários competitivos nacionais e o quadro de preparação das seleções nacionais é da responsabilidade da Federação de Ginástica de Portugal (FGP). Nas provas distritais, o calendário é estabelecido pela Associação de Ginástica do Norte (AGN).

A ginástica artística masculina (GAM) utiliza 6 aparelhos. Estes aparelhos são o Solo, Cavalo com arções, Argolas, Saltos, Paralelas simétricas e Barra fixa. Em cada aparelho existem famílias de elementos que se agrupam pela sua característica.

Solo: O solo, enquanto aparelho, é um praticável de 12x12m constituído por um material elástico que amortece eventuais quedas e ajuda ao impulso dos saltos acrobáticos e gímnicos. O ginasta deve usar toda a área do solo, incluindo as laterais e diagonais, sem ultrapassar os limites definidos. Os exercícios no solo devem conter predominantemente elementos acrobáticos atrás e à frente, mas podemos também observar os saltos laterais, todos estes com mortais e/ou piruetas. O ginasta combina ainda elementos de força, flexibilidade e equilíbrio na composição do seu exercício. No solo masculino não há acompanhamento musical.

Cavalo com arções: O aparelho é constituído por uma armação e um corpo em formato de cavalo montado horizontalmente com dois arções sobrepostos. Os movimentos neste aparelho envolvem balanços e tesouras, círculos em posições dorsais (barriga para cima) e faciais (barriga para baixo) e na ginástica moderna surgem ainda com mais frequência, os elementos com passagem por apoio facial invertido (pino), com ou sem rotações. Os exercícios chamados de balanços, são movimentos pendulares efetuados com os membros inferiores (pernas) estendidas em grande afastamento, onde pode haver cruzamento dos membros inferiores designados por tesouras. Estes elementos são realizados geralmente com as mãos sobre os arções. Os círculos são movimentos circulares executados com as duas pernas juntas. Podem ainda executar-se círculos com os membros inferiores (pernas) afastados e estendidos também conhecidos como “americanas”. Estes exercícios devem ser executados de forma dinâmica, sem paragens e com a utilização de todas as partes do cavalo.

Argolas: O aparelho é constituído por uma estrutura de onde se suspendem duas argolas. O exercício de competição nas argolas consiste numa série de elementos de balanço, equilíbrio e de força, realizados predominantemente pelos membros superiores. As mãos estão sempre em contacto com as argolas e os cabos devem permanecer em tensão (esticados) durante a realização do exercício. Quanto menos tremer a estrutura que suspende as argolas à haste, melhor será o desempenho do ginasta. A conclusão do exercício deve ser efetuada com uma saída acrobática com ou sem rotações, que termina com uma recepção no solo.

Saltos: É composto por uma pista de corrida de 25 metros, que termina num trampolim de impulso e finalmente na mesa de saltos. Pelas suas características, os saltos são a prova mais rápida da ginástica artística. Para poderem participar nas finais deste aparelho, os atletas necessitam de executar dois saltos distintos (grupo diferente segundo a característica do elemento). O ginasta deve efetuar uma corrida prévia com chamada no trampolim e apoio das mãos na mesa de saltos, terminando com um mortal com ou sem rotação, até chegar ao solo com uma recepção equilibrada. A avaliação é efetuada no 1º voo (movimento entre a chamada no trampolim e a mesa de saltos), a impulsão na mesa de saltos e o 2º voo (altura e comprimento do movimento após o apoio, posição do corpo e recepção equilibrada).

Paralelas simétricas: O aparelho é constituído por dois banzos (barras) à mesma altura, apoiados em dois suportes de metal. O ginasta executa exercícios predominantemente em balanços, onde podemos também apreciar os elementos de voo acrobáticos. São realizadas passagens ou paragens por apoio facial invertido (pino) com e sem piruetas, elementos ou combinação de elementos de força e equilíbrio. Para além das suspensões e dos apoios, é característica deste aparelho os elementos com apoio braquial (“sovacos”). Estes exercícios devem ser executados passando por todo o comprimento do aparelho. A conclusão do exercício deve ser efetuada com uma saída acrobática em mortal, com ou sem rotações e uma recepção equilibrada.

Barra fixa: Este aparelho consiste numa barra presa sobre uma estrutura de metal, estando presa ao chão através de presilhas e cabos de aço. O ginasta deve executar movimentos de balanços contínuos (chamados de gigantes). São realizados também passagem em apoio ou perto da barra, passagem por apoio facial invertido (pino) com meias voltas ou piruetas sobre um apoio. Podemos apreciar a espetacularidade dos elementos em voo com e sem rotações e as saídas executadas a grande altura que determinam o final do exercício com uma recepção equilibrada no solo.

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